Mobilidade Urbana: Uma cidade sem carros
Como uma cidade sem carros pode melhorar a vida das pessoas
Vinicius Ribeiro Artigos 5959 views 5 min. de leitura
Já imaginou uma cidade sem carros?
Consegue acreditar que isso é possível?
Acredita que uma cidade sem carros pode oportunizar uma maior convivência entre as pessoas?
Pois bem, isso é possível e analisaremos rapidamente as informações de Paris e do estudo realizado há 60 anos pelo arquiteto Donald Appleyard.
Enquanto o Comitê Olímpico Internacional anuncia diversas inovações nos Jogos Olímpicos de 2024, Paris anuncia que a meta da cidade até lá será oportunizar uma cidade sem carros, ou seja, uma cidade sem veículos de combustão a gasolina e diesel conduzidos por particulares e pelo poder público.
O projeto da cidade é ousado. Para nós pode ser distante mas para nossos filhos será realidade. A Paris de hoje será a nossa cidade de amanhã. A cidade elevou o preço dos estacionamentos, implementou ciclovias, reavalia cada metro quadrado na superfície para destina-lo a novos empreendimentos do comercio, aumentando a convivência e os playgrounds. Os administradores entendem que é muito caro para o poder público autorizar estes espaços para o carro estacionado. Ate 2024 os taxis vão funcionar sem motoristas.
Em matéria da Folha on line, o organizador Ross Douglas da Autonomy, uma conferência anual de Mobilidade Urbana, afirmou que a prefeitura quer reduzir os 150 mil carros estacionados na rua sem fazer nada e indaga: “por que você deve usar um veículo para poluir meu ambiente e o de minha família?” Lembra a prefeita Anne Hidalgo ao afirmar que 6500 parisienses morrem por ano devido aos efeitos da poluição. Interessante, não?
O Brasil não mede isso, mas a poluição nas cidades também mata.
Somado a isso tem a tendência da transformação da indústria do automóvel, avanço da tecnologia e da rede de transportes públicos, principalmente do metrô e da implementação de bicicletas elétricas compartilhadas.
Ao mesmo tempo que Paris dá linha do que vai acontecer na cidade onde moramos hoje, o arquiteto Donald Appleyard nos lembra, que quanto menor for a velocidade dos automóveis e a sua intensidade, maior será o número de amigos e conhecidos que as pessoas terão.
Donald analisou três ruas: intensidade forte, moderada e leve. O resultado foi surpreendente. Na rua com intensidade forte, o número de amigos que as pessoas tinham era de quase 1 (um) amigo e 3.1 (três ponto um) conhecidos para cada pessoa. Para o moderado, esse número cresceu para 1.3 (um ponto três) amigos e 4.1 (quatro ponto um) conhecidos para cada pessoa. E para a rua com intensidade de trânsito leve, o número cresceu mais ainda: 3 (três) amigos e 6.3 (seis pontos três) conhecidos para cada pessoa.
O resultado desta pesquisa demostra o quanto há relações diretas entre automóveis, trânsito e pessoas, e o quanto precisamos repensar estes espaços, principalmente as calçadas. Estas, devem ser espaços de troca que despertem o sentimento de comunidade.
Começar a libertar a dependência que temos com os automóveis é oportunizar a maior convivência com as pessoas. Priorizar os espaços públicos para a convivência é acreditar na melhoria da qualidade de vida e na felicidade das pessoas. Quero ver uma cidade em que as crianças joguem taco, futebol e brinquem nas calçadas e ver as famílias olhando mais para a rua e menos para suas casas.
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