Recente estratégia das Nações Unidas para salvar vidas
A mobilidade urbana e o transporte sustentável salva vidas
Vinicius Ribeiro Artigos 1277 views 4 min. de leitura
As Nações Unidas realizaram uma reunião em Nova Iorque com 30 técnicos e professores de 20 países dos cinco continentes, para elaborar um relatório que ficou pronto esta semana. Na oportunidade que tive em colaborar, discutimos as perspectivas globais e os principais desafios para avançarmos na mobilidade urbana e no transporte sustentável nas cidades.
Ocorre que, dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados no ano passado pela ONU, visando um acordo global para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente, enfrentar as mudanças climáticas e promover a prosperidade e o bem-estar para todos, nada consta sobre transporte sustentável e/ou mobilidade urbana. Ou seja, precisamos inserir mais um objetivo, responsável por 23% da poluição mundial: transportes.
A preocupação é mais séria que a gente pensa. Não é “firula” quando autoridades mundiais afirmam que precisamos diminuir as emissões de CO2 para não aumentar o efeito estufa e a temperatura em 2°C na terra. Impor ações locais nas redes de transporte sustentável é atingir 1/4 do problema.
Até 2050, mais de 2,5 bilhões de pessoas migrarão para as cidades e estas, caso não façamos nada, receberão mais de quatro bilhões de automóveis. Estes números são reais e exigem um nível de compreensão da população mundial urgente.
Um roteiro internacional se inicia visando divulgar as recomendações construídas. A primeira delas é trazer a rede de transporte convencional para sustentável até 2020, aproveitando as discussões mundiais como o Acordo de Paris e do Habitat III. O relatório realizado por este grupo objetiva, também, descarbonizar o setor de transportes; garantir o acesso a todos de forma equitativa; dar segurança; ter capacidade técnica e financeira para implantação de soluções mínimas; ter integração regional entre cidades de uma mesma região; modificar a metodologia de financiamento de projetos; capacitar agentes públicos; parar de promover grandes projetos para trabalhar pequenos, com respostas efetivas; inserir tecnologia disponível para melhorar a comunicação com o usuário, no avanço das energias limpas; e a formação de novos indicadores para mensurar o transporte sustentável. Todas essas recomendações estão centradas nas pessoas, priorizam o transporte público multimodal, incluindo as ciclovias.
Em resumo, pela nossa sobrevivência, é tempo de agir. Investir no transporte sustentável reduz desigualdades, colabora com acesso aos serviços básicos e a economia cresce. A medida fará com que governos façam economia de cerca de 100 trilhões de dólares até 2030.
O mundo inteiro discute o que discutimos aqui sobre mobilidade urbana e transporte sustentável.
A mobilidade urbana e o transporte sustentável salva vidas, além de ser a política mais moderna para educar o cidadão. É através deles que exercemos a democracia dos espaços públicos e o respeito à convivência coletiva.