Roubar não é normal
Eles cresceram vendo o roubo e a impunidade se tornarem rotina
Vinicius Ribeiro Artigos 2059 views 5 min. de leitura
Vivemos uma crise política e econômica, mas, principalmente, ética e moral. Os valores, que costumavam ser cultivados desde a infância pelos pais, são cada vez mais raros. Os jovens de hoje nasceram em um mundo conectado, onde a autoridade familiar não é mais a mesma e o trabalho e profissão não são prioridades. Eles cresceram vendo o roubo e a impunidade se tornarem rotina, tanto na rua onde moram, quanto na esfera política, onde a corrupção parece ter se tornado um hábito em determinados grupos.
Não bastasse isso, a educação, tida como base para a construção de um país melhor, deixou de ser prioridade para o Governo Federal. Hoje, o Governo usa como discurso a Pátria Educadora. Porém, em meio à crise e aos ajustes econômicos, a pasta da educação foi a terceira a sofrer mais cortes 2015 - foram R$ 9,2 bilhões a menos. O Financiamento Estudantil teve investimento de R$ 17,8 bilhões, porém, os estudantes tiveram redução de 32% no uso no subsídio.
Já os gastos com o Bolsa Família aumentaram. De 2003 a 2015, o investimento no programa cresceu de R$ 570 milhões em 2003 para R$ 27 bilhões em 2015.
A inversão de valores do Governo Federal vêm se refletindo nas novas gerações, que não mais estudam, nem trabalham e acham normal o roubo. Pesquisa realizada em 2014, em Porto Alegre, com jovens de 13 a 18 anos, constatou que essa geração ganhou em igualdade, mas perdeu em maturidade. 39% disseram ser comum roubar, mesmo admitindo nunca terem cometido nenhum delito, outros 13% classificaram a situação como normal.
O ex-ministro da educação, Renato Janine Ribeiro, foi certeiro ao afirmar, quando deixou o Ministério, que “o PT apostou mais no consumo do que na ética”.
Hoje, vemos o resultado de uma política assistencialista que aumenta a cada ano, enquanto a Pátria Educadora corta recursos e inviabiliza a formação superior de milhares de brasileiros.
Se a esperança de um país melhor continua sendo depositada nas crianças e nos adolescentes, que façamos a nossa parte. Que a educação seja prioridade em casa e nas políticas sociais. Só assim conseguiremos ensinar a elas que roubar é errado, seja o lápis do coleguinha, no armazém ou no governo.
Vinicius Ribeiro