Vinicius Ribeiro - Arquiteto, Urbanista e Professor Universitário

Transporte Coletivo para uma comunidade sustentável

Agora é a hora de vermos a terceira ação básica para construir uma comunidade sustentável através da mobilidade e do desenho urbano nas cidades do Rio Grande do Sul - o transporte coletivo

Vinicius Ribeiro Artigos 2619 views 5 min. de leitura

Transporte Coletivo para uma comunidade sustentável
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Agora é a hora de vermos a terceira ação básica para construir uma comunidade sustentável através da mobilidade e do desenho urbano nas cidades do Rio Grande do Sul.

Nos textos anteriores abordamos sobre acessibilidade e o comércio.

Há 3 ações que fizemos diariamente que geram as principais demandas de circulação em uma cidade exigindo nossos deslocamentos na rede de transportes: morar, estudar e trabalhar.

Quanto ao modo de transporte, os mesmos podem ser classificados, quanto ao uso: individuais ou coletivos, e quanto a sua natureza, privado ou público.

Neste texto vamos priorizar o modo de transporte de maior número de usuários no Brasil e no Rio Grande do Sul: o coletivo público. A seguir você pode baixar o Infográfico com todos os 7 temas que serão abordados.

Transporte Coletivo para uma comunidade sustentável

O que diz a União Internacional do Transporte Público sobre isso? Esta entidade deseja que até 2025 que os países devam duplicar os investimentos na respectiva área. Cada município pode cumprir com essa meta. Se cada um implementar esse desafio será possível obter excelentes resultados em diversas áreas, especialmente no meio ambiente e na saúde. Vejamos:

a)   Até 2025 a população aumentará 40%, o número de viagens dia em 50% e o número de carros em 80%. Atualmente, 16% do número de viagens são realizadas através do Transporte Coletivo, 37% não motorizado e 47% individual privado. Se, duplicarmos estes investimentos em Transporte Coletivo (TC), a perspectiva da realização dos números de viagens dia será de 32% para o Transporte Coletivo, 36% para o não motorizado e 32% para o individual privado.
b)  O consumo de energia do transporte atualmente é de cerca de 700 milhões de toneladas de óleo. Se continuarmos neste modelo, em 2025 atingiríamos um consumo médio de 890 milhões de toneladas. No investimento em TC com a meta atingida, nós chegaríamos a um consumo de 720 milhões.
c)   O reflexo dos dados acima se comprovam também nas emissões de Gás de Efeito Estufa (GEE). Atualmente consumimos cerca de 2,40 bilhões de toneladas de CO2. Na continuidade deste modelo chegaríamos a 3.05 bilhões de toneladas. Rompendo este modelo e perseguindo na duplicação dos investimentos em TC, chegaríamos em 2025 a um consumo de 2,50 bilhões de toneladas de CO2. Comprovando-se um não aumento de 30%.
d)  Quando analisa as viagens dia dos usuários do TC, constata-se que em função dos deslocamentos, principalmente a pé – cerca de 30 minutos por dia - ou de bicicleta, resultam na redução significativa da obesidade na população. Na América Latina, o exemplo é o mais presente, quando os gráficos mostram que o percentual de obesidade diminuiram 50% quando aumentam 20% o número de viagens/dia dos usuários quando utilizam o TC como o deslocamento principal.

Diante destes números e destas diretrizes em nível internacional, perguntamos: o que nossos municípios podem fazer para inserir esta preocupação na comunidade local?

O transporte público precisa ser mais atrativo para ser viável, como meio alternativo ao carro. Esta é a chave que facilita na resolução deste problema e que condiciona ao poder público focalizar em ações de sustentabilidade do transporte público como:

1.  Nenhuma parada de ônibus deve estar em uma distância superior a 400 metros;
2.  Parada de ônibus com um mínimo de conforto e segurança com instalação de banco, iluminação e proteção com eventuais intempéries até um piso adequado prevendo possíveis usuários PCDs (Pessoas com deficiência);
3.  Informação básica disponível na parada de ônibus como horários, itinerários, número das linhas que passam naquela parada, além do acesso a todas as informações em aplicativos ou pela internet;
4.  Priorizar a integração do sistema de bilhetagem eletrônica com outros diferentes modelos;
5.  Vincular a localização das paradas nos locais de maior circulação e diversificação das atividades.

Por fim é importante reforçar que o transporte coletivo precisa ter oferta em um tempo admissível sem muita espera e ágil ao ponto de ser priorizado ao usuário. Orientação da Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP recomenda que a velocidade comercial mínima nos bairros deveria ser 15km/h nas vias locais e 25km/h nas troncais e deveriam passar em um intervalo máximo de 30 min.

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